Rita
Fucci-Amato e Martinho Lutero Galati. Nversos.
259 páginas.
A
editora Nversos apresenta o lançamento do livro Do gesto à gestão: um diálogo sobre maestros e liderança, de
autoria da maestrina Rita Fucci-Amato, pós-doutora em Gestão pela USP, e do
maestro Martinho Lutero Galati, diretor artístico do Coro Cantosospeso de Milão
(Itália) e do Coro Luther King em São Paulo (prêmio APCA 2012). No prefácio do livro, o maestro Isaac Karabtchevsky
destaca: “Com sensibilidade e perfeito conhecimento da matéria, seus autores
descrevem a diversidade que norteia a atuação do regente, naqueles aspectos
pouco conhecidos do público em geral. Do
gesto à gestão constitui, a partir de agora, elemento referencial para
todos, músicos ou apenas interessados num dos temas mais complexos e
interessantes da História da Música”.
Música
e administração: em que medida os gerentes são regentes de suas equipes? De que
modo os maestros são líderes sobre o pódio, mas também além do palco? Motivar,
empreender, inovar em projetos, produzir sinergia e resultados belos e
criativos são atividades que cada vez mais se somam na figura mítica do
maestro. Descrever e desvendar esse paralelo entre a atividade artística e a
gestão “orquestrada” das organizações – a partir de metáforas, mas sobretudo
além delas – é a proposta do livro Do gesto à gestão: um diálogo sobre maestros
e liderança.
Sinfonia e sinergia: a intenção é debater as múltiplas atividades que os maestros de coros e
orquestras exercem dentro e fora do palco. No dia a dia desses músicos, contatos
com patrocinadores, marketing, gestão financeira do grupo somam-se ao papel
técnico-musical. Durante o ensaio, motivação e liderança são as palavras-chave na
realização de um trabalho em equipe virtuoso, de uma a atividade trabalhosa e cansativa, mas capaz de gerar beleza e
emoção estética. As habilidades de bom comunicador, bom estrategista, bom mobilizador de recursos e gestor do clima humano, flexível, criativo, otimista e cativante também se somam à fina arte dos gestos quando se trabalha com equipes criativas como as orquestras e coros.
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Contracapa
Peter Drucker previu que os negócios no futuro serão como uma sinfonia
regida por um maestro que lidera diretamente centenas de cantores e instrumentistas.
Para o pensador da gestão, as orquestras são típicos exemplos de organizações
intensivas em conhecimento.Em artigo na Harvard
Business Review, Mintzberg concordou, acrescentando que os músicos são
trabalhadores liderados pela inspiração, e não pela supervisão.
A batuta é um símbolo da liderança. O maestro é a representação do chefe
eficaz. Coros e orquestras são exemplos do trabalho em equipe, paradigmas da
administração das relações humanas. Vivem em função da performance, de
resultados de alto nível. Motivam pessoas para um trabalho técnico árduo e
penoso, mas conseguem gerar prazer e beleza. Demandam estratégia e
planejamento, dividindo tarefas e somando esforços. Cada voz canta uma melodia
diversa, mas o resultado final é uma harmoniosa sinergia.
Essas figuras vivem na mente de muitos gestores, mas como será sua real
feição? Descendo do pódio e revelando seu trabalho por trás dos palcos, um
maestro e uma maestrina dialogam sobre esses temas e muitos outros: o regente
como gerente, do gesto à gestão... Management, maestro!
Sumário
Sobre o libretto (prefácio por
Isaac Karabtchevsky)
Abertura. Zubin Mehta:
Eles são os chefes!
Ato I - Muito além do
palco
Cena 1. Caindo do pódio: do gesto à gestão
Cena 2. Maestro, manager: o regente como gerente
Cena 3. Maestro, mestre: coros e orquestras como organizações de
aprendizagem
Cena 4. Caminhando e cantando: o processo educacional
Cena 5. Da intenção ao gesto, do discurso à ação: regente =
empreendedor?
Entreato. Herbert von
Karajan: Um grupo para recriar beleza
Ato II - Gestão
orquestrada
Cena 1. Polifonia, rede e cooperação: trabalho em equipe, canto em comum
Cena 2. Talento versus conhecimento
Cena 3. Breves e semibreves: cultura organizacional em uma organização
cultural
Cena 4. Pequenos gestos
Cena 5. Do gesto ao jogo: coaching & conducting, música e futebol
Entreato. Claudio Abbado:
O som e o silêncio
Ato III - Uma certa magia
Cena 1. Luz no pódio
Cena 2. Do sustenido ao sustentável: sustentabilidade sociocultural
Cena 3. E-choir: coral, glocal
Cena 4. O gesto: conduzindo os ventos da inovação e da mudança
Cena 5. Movendo pelo (en)canto
Entreato. Leonard
Bernstein: Um só corpo... e um só espírito
Ato IV - Afinando ideias
Cena 1. Orquestrações
Cena 2. Est(ética): em alto e bom som
Cena 3. Forte, piano, pianissimo: do maestro tirano à autogestão
Cena 4. Uníssono? Decisão, negociação e a construção do consenso
Cena 5.Estratégia: cantos de paz em tempos de guerra
Entreato. Daniel
Barenboim: Um negócio fantástico!
Ato V - Inspirar,
transpirar, transformar
Cena 1. Liderança e teatro: na ópera como na vida?
Cena 2. Mil vozes, mil cantos: gestão transcultural
Cena 3. Coro, corporação: além do RH
Cena 4. A busca da excelência: regência de corpo e alma Cena 5.
Fecham-se as cortinas (o livro continua...)
Os
autores
Rita Fucci-Amato é uma maestrina de formação transdisciplinar, do gesto à gestão.
Pós-doutora em Gestão pela USP, doutora em Educação e especialista em
Fonoaudiologia, tem publicações acadêmicas na América Latina, Europa, Estados
Unidos e Canadá. Pesquisa o trabalho do maestro como administrador e a gestão
de organizações musicais. É autora de vários livros nas áreas de música,
educação, gestão e voz, como A voz do
líder: arte e comunicação nos palcos da gestão (Campus/ Elsevier, prefácio
de Mario Sergio Cortella).
Martinho Lutero Galati de Oliveira é um maestro dos diversos cantos do mundo. Ao longo
de mais de quatro décadas, construiu uma forma inovadora de gestão de
organizações musicais, modelo implementado em três continentes: América, África
e Europa. Colaborou com vários nomes do cenário artístico e musical nacional e
internacional, como Mirian Makeba, Gilberto Gil, Chico Buarque, Tom Jobim e
Carlos Drummond de Andrade – personagens de algumas das histórias contadas no
livro. Hoje é diretor artístico do Coro Luther King, em São Paulo (prêmio APCA
2012 de melhor conjunto coral), e do Coro Cantosospeso, em Milão.
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